Powered By Blogger

sexta-feira, 22 de julho de 2011

you amaze me, make me love you



Ela podia sentir a mão dele segurando a sua contra o tórax, um leve afagar constante do dedo indicador e a respiração suave fazendo seu corpo mexer-se na mais calma das ações. Ela não podia sentir o coração do rapaz, mas sabia que ele estava muito próximo dali onde sua mão estava. Aquela ação era o único ponto de calor ao longo daquela rua deserta, talvez de toda a cidade, considerando à hora. A festa em que estava há pouco tempo parecia bem distante afinal de contas. Quase como se não tivesse sendo a mesma noite, só uma lembrança de muitas risadas com os amigos e música alta.

A madrugada fazia o que fazem as madrugadas. O vento gélido do meio-norte fazia os pêlos do braço da moça eriçar-se, mas ela não estava incomodada. Aquilo nunca lhe incomodaria. Ela não podia vê-lo, mas sabia que ele estava aqui, a menos de um palmo do seu corpo. Ambos olhavam para cima, deitados numa calçada, observando o céu.

Já não lembrava a última vez que havia parado para observar o céu. Digo, ainda preservava a mesma mania de observá-lo, mas não do modo como gosta de fazê-lo. E o modo era exatamente daquela maneira: deitada num local qualquer das ruas da cidade, do meio da madrugada, sem hora para voltar pra casa, com os problemas perdidos em algum canto do cérebro que ela não iria procurar agora. Aliás, aquilo ainda estava melhor. Ele estava ali do lado.

Aquela hora da madrugada, as estrelas tinham um brilho mais intenso. Como aproximava-se o fim da noite, suspiravam seu último brilho e davam o melhor de si para aqueles dois únicos observadores pudessem aplaudi-las no final, tal como os artistas mais dedicados, que não medem esforços para agradar o seu - mesmo que restrito - público. Elas estavam conseguindo. Continuem assim, estrelas!

Os ouvidos da moça eram recheados de palavras vindos da boca próxima. Já há sua hora sorria, hora falava palavras sussurradas, hora o repreendia, hora se calava. Era típico dela. Mas em todos os momentos seu coração pulsava fraco e constante. E alegre. Era bom fazer aquilo novamente, ainda mais com ele ali ao lado.

Não que aquela relação tivesse anos de existência, nada disso. Como de praxe, ela sequer lembrava-se de como o conheceu, só lembrava que o adorava e isso já lhe bastava. Não era a primeira vez que eles saiam juntos, mas era a primeira que ficavam sozinhos. Ela podia recordar algumas histórias, e nenhuma delas fora cortada por sua mente. Todas boas lembranças, então. Ela gostava aquilo. Gostava de saber que sempre tinha boas lembranças dele.

Aliás, ela nem sabia o que não lhe agradava nele. Bem... Exceto o vício por bebidas alcoólicas, mas, e daí? Todos têm motivos para fazer o que fazemos e não cabe a ninguém julgar. O que era beber comparada a maioria das coisas que ela já fez? Não era pecado, nem loucura, nem tão grave. Não que ela tenha feito coisas graves.

Poderiam ficar ali até o amanhecer. O silêncio incomodo da falta de assunto nunca lhes abateria pelo visto. Ambos tinham muitas histórias, afinidades, planos, teorias e virtudes. Também tinha discordâncias, defeitos, pecados, inimizades. Mas estes últimos estavam tomados pela escuridão e de lá não sairiam por enquanto. Deixei-vos o que não é bom e aproveitei-vos o momento.

Porém, ela sabia que ele estava com sono. Muito sono. Cansado da caminhada pela madrugada até aquele local. Ela mesma precisava acordar cedo naquele dia. Mas nenhum dos dois movia um músculo para ir.

Não queriam.
Contudo, foram.

Levantou e ajeitou as próprias vestes, não era o mais limpo dos locais aquele onde estavam. Riu para si mesma: hora de avisar a mamãe que o serviço público de limpeza não se estendia até além das ruas, e que a calçada de casa precisava de algum cuidado. Depois, ela voltou seu olhar para o rapaz.

Ela quase havia se esquecido de como ele era bonito,
Após tanto tempo sem vê-lo.
Faziam mais de seis meses não? Se não, quase isso.

A luz fraca e amarelada do poste próximo favorecia as feições do rapaz. Aliás, ela acreditava que tudo o favorecia. Era do tipo de homem que qualquer menina gostaria de ter ao lado, se não pelo seu caráter, pelo seu porte. Garboso, airoso e charmoso. Tinha uma pele linda e uma voz muito agradável. O cabelo - já um tanto sem corte - lhe caía sobre os olhos quando ele baixava a cabeça, o deixando - se é que era possível - mais bonito ainda. Se a menina permite a esta narradora confessar, aquele rapaz não diferia em nada do que ela julgava ser o ideal de beleza. E se o caráter dele também lhe era tão preciso quando o brilho dos olhos dele sorrindo, ela tinha algo preciosa a preservar.

Ele lhe puxou num abraço apertado de despedida e boa noite, cruzando seus braços pela cintura da moça, fazendo-a lançar os seus no pescoço dele. Beijou-lhe o pescoço e ela podia senti cada parte do corpo dele tocando o dela. A respiração dele cortava o ar próximo a sua nuca, quase fazendo seus pêlos eriçarem-se, mas não pelo frio da madrugada. Era tão acolhedor e protetor que ela poderia parar o tempo ali sem haver prejuízos julgáveis.

Neste momento da narrativa, surgi o mais claro dos desejos do leitor. A emoção da espera pelo beijo, não? Bem... Sinto em decepcioná-lo, prezado leitor, mas ele não há beijou. Bem, não como você esperava, pelo menos. E, sendo franca, digo que se ele o tivesse feito, provavelmente não dar-me-ia o trabalho de por isto em palavras, seria só mais uma das histórias que a moça guardava para ela mesma. O que aconteceu segui nas próximas linhas, continue caso lhe interesse.

Então ele virou de costas para ir, um tanto devagar demais, quase dando menção de que ficaria. Ela o abraçou novamente. O cabelo dele roçava-lhe as faces. Ela sorria. Ele também. O céu infinito pairava suas cabeças e muito além do horizonte. Ela agradeceu, ele sorriu dizendo que aquela não seria a única, mas sim a primeira de muitas. Depois ela soltou-lhe e o deixou ir. Ele não queria, mas o sono o havia vencido. Ele deu de ombros como quem se desculpa.

Ela procurou as chaves de casa no bolso traseiro do jeans que usava, pegou-a e caminhou até o portão. Ele já estava bem distante. Depois ela abriu o cadeado e deu os passos necessários para adentrar a apertura feita no portão de ferro. Ele já caminhava pela rua fria e deserta em direção a própria casa. Ela ainda o observou dobrar a esquina, depois adentrou.

E aquela fora uma das melhores noites da sua vida, podia concluir enquanto atravessava a casa escura rumo seu quarto. Não por que havia um romance naquilo tudo, mas pelo valor da confiança que aquilo lhe transmitia. Ela não estava acostumada. Na primeira deixa, qualquer rapaz que conhecia teria lhe beijado. Ele teve todas as oportunidades que quis, e não o fez. E isso a fez amá-lo mais ainda e tornou aquilo tudo mais especial ainda.

Era bom saber que simplesmente estar ao seu lado era o bastante para ele, por que também era o bastante para ela. E aquilo era a base para que todas as crenças da moça fossem confirmadas: Às vezes, tudo que você precisa é de um abraço e carinho que não espera nada em troca. Só assim pode-se ver como os romances não são tudo. Há algo muito mais preciosa que o romance: a amizade.

Uma Carona


Uma chuva forte fustigava aquela avenida desconhecida, cercada de árvores altas e um asfalto muito gasto. O vento - que de tão forte, lançava as gotas de chuva para a direita – trepidavam as vestes de quem por ali passasse, mas não havia ninguém... Exceto a figura de uma menina. Imóvel debaixo de uma luz fraca vinda de um poste próximo à parada de ônibus. A julgar pelo seu olhar vago, ela não parecia muito ciente de onde estava ou simplesmente ignorava tudo ao seu redor. Ou talvez as duas opções.

Ela não procurava proteger-se da chuva. Colocou sua mão estendida pela estrada, o polegar inclinado levemente para a esquerda. Estava pedindo carona numa rua deserta e chuvosa. Ninguém iria passar naquela avenida, pelo visto... Foi quando ela já ia baixando a mão - depois de muitas horas na mesma posição - que surgiram dois focos de luz.

Era uma luz fraca e quase imperceptível em meio da chuva forte, mas lá estava. O carro - ela não conhecia carros, logo não sabia o modelo ou o ano, e a chuva forte não ajudava - parou à sua direita. Dois senhores de idade e um menino pequeno - de uns 5 ou 6 anos - olharam para a imagem da menina na chuva.

A senhora foi a primeira a falar: - Para onde está indo, moçinha? Num gesto simples, a menina indicou a direção, falando num tom áspero e sem emoção algo como estação rodoviária. A senhora fez um gesto de que entendeu e continuou - Também estamos indo naquela direção, quer uma carona? Sem hesitar ou responder, a menina entrou no carro, colocou seu saco de viagens entre suas pernas e permaneceu ali imóvel.

Primeiro a senhora apresentou-se como Mabel, depois apresentou o marido Joseph e o menininho como Brandon. Disse que estavam voltando de uma semana de lazer e perguntou de onde a menina vinha. Obteve como resposta um olhar vago e um dar de ombros.

Nenhuma outra tentativa de conversa durou mais do que isso. O senhor que dirigia fez a gentileza de ligar o ar quente e as gotas que pingavam do cabelo da menina cessaram. O tempo todo, ela olhava pela janela, mas não parecia ver nada.

Você perdi a voz após cometer um assassinato.
Mesmo que tenha sido sem querer.

Pra não dizer que estive só



Pelo menos nos últimos meses, não me têm acontecido nada além de fantasias... Fechei o livro. Não suportava mais tanta verdade escarrada em palavras corridas. Eu tinha Caio como um grande amigo, mas desses amigos que não temos certeza se gostamos ou não. Desses que sabem exatamente quem somos. Desses que fazem companhia quando não há mais ninguém.


Meus óculos escorriam pelo meu nariz como lágrimas. Talvez fosse essa minha sina: chorar
por tudo, exceto pelo olhos. Ser uma eterna lágrima que nunca é derramada. Fato por fato, eu gostaria de ter certo controle sobre tudo aquilo que sou - ou que finjo ser, ou que gostaria de ser, enfim. Mas, é claro, na maioria das vezes eu não conseguia.

Eu precisava fumar, beber, ou qualquer uma dessas coisas que ajudam a expulsar a solidão (ou será que elas só a aumentam?). Levantei com a boca seca e me olhei no espelho. Vi uma devastação tão grande que doeu. O que eu tinha feito comigo? Onde estavam os bons cuidados com a pele, com a barba, com o cabelo? A mania de perfume, os olhos que sorriam?

Olhei-me no espelho e não sabia quem estava vendo.

Peguei as minhas chaves e sai. Os corredores estavam quase escuros enquanto às seis da tarde tomavam o céu, devagarzinho como quem toma sorvete, pra não congelar o cérebro. Abracei meu corpo e caminhei.

Duas gotas de suor escorreram pela minha nuca em direção meu pescoço. Não tentei limpar. Meus dedos estavam firmemente cravados na carne da minha cintura e eu não sabia se ainda era capaz de movê-los. Meu pulso batia mais forte em minha jugular a cada vez que uma daquelas luzes saltava para um número menor.

Então ele chegou.

As portas de metal rangeram pra mim e as observei com um olhar apavorado. Primeiro, tentei me convencer que era besteira tentar enfrentar aquilo. Todo mundo precisa ter medo de alguma coisa nessa vida. Eu tinha medo de lugares fechados, então não precisava enfrentá-los...

Depois me lembrei do que o meu psicólogo tinha falado sobre enfrentar os medos, sobre ser alguém corajoso e especialmente sobre como aquilo poderia facilitar minha vida já que eu morava no décimo andar. Também pensei nos cigarros e com um suspiro, entrei.

Um medo, um desespero, um pavor, uma sensação de falta de ar. Meu coração estava disparado como se estivesse fugindo de algo. E eu estava. Tentei sufocar meu medo dentro de mim, mas não ajudou em nada. Apertei minha carne mais ainda. Quis sair dois segundos depois de por os pés naquele metal. Dei um passo pra frente, mas era tarde, as portas já haviam se fechado. Meio que tremendo, apertei o botão do térreo e esperei bem perto da porta.

Só então percebi que não estava sozinho.

Lá no fundo, um rapaz de branco me encarava pelo metal espelhado da porta. Eu tentei sorrir, mas meus lábios se tornaram uma linha dura, então simplesmente acenei com a cabeça. Ele pareceu surpreso, inclinando a cabeça pra um lado. Não retribuiu meu aceno. Resolvi tentar respirar, mas todas as vezes que eu sugava, o ar parecia sumir.

Desejei que aquele maldito elevador chegasse logo.
Então ele parou.
Mas, não do jeito que eu esperava.



As duas luzes que iluminavam o metal piscaram algumas vezes e depois apagaram. Voltaram só um pouco depois. O chão tremeu. As portas não se abriram e eu calculei em desespero que deveríamos estar no meio do caminho. Meu pavor aumentou. Eu não sabia mais respirar.

Comecei a bater no metal da porta e gritar por ajuda. Quando vi, estava dando socos violentos no metal e minhas mãos estavam completamente vermelhas. Minha garganta doia, meu pulso fazia minha cabeça girar.

Virei-me pro cara lá no fundo e falei com o olhar assustado: - Cara, me ajuda! - ele me olhou e inclinou novamente a cabeça pro lado, como quem se perguntava com quem eu estava falando. Ele ainda tinha a mesma máscara de calma de antes. Aquilo não me ajudou em nada.

Voltei a esmurrar a porta e a gritar por não sei quanto tempo.
Ninguém parecia ouvir.

Cheguei a pensar que ficaria ali pra sempre. E o cara de branco continuava parado, no fundo do elevador, me olhando como se eu fosse um louco. Aquilo era insano demais pra mim. De repente senti as forças dos meus joelhos serem levadas e escorreguei até o chão.

Tirando forças não-sei-de-onde, continue a bater no metal e, as vezes, gritar. Ninguém respondia. Fechei os olhos e me sentia sufocar pouca a pouco. Comecei a ofegar. Nunca pensei que fosse verdade, mas de repente eu comecei a ver tudo àquilo que eu quis fazer na vida diante dos meus olhos e escorregando. Pensei nos últimos vinte anos que formavam minha vida e me envergonhei.

Eu havia sido só uma sombra vivente.

Não tinha uma namorada de verdade, nem amigos e não via minha mãe a muito tempo. Meu emprego era uma merda. Aliás, eu era uma merda jogada pelos cantos daquele apartamento, sempre bebendo e fumando e tentando ignorar o fato de que eu não era nada.

Se aquele elevador não me matassem, meu medo e minha vergonha fariam isso.

Então, eu ia dar meu último soco no metal, quando senti uma mão segurar a minha. O cara de branco havia ido até onde eu estava e agora segurava minha mão. Encarei-o e ele fez o mesmo. Visto de baixo, ele era realmente alto. Tinha o cabelo negro e liso crescido até a nuca. A pele muito alva e uns olhos azuis num tom tão celestes que brilhavam, mesmo naquela luz fraca. Senti vergonha de estar no mesmo lugar que ele.

Ele soltou minha mão e estendeu as dele em minha direção. Fiquei o encarando. Ele não havia feito nada até aquele momento, o que diabos ele estava pensando? - O que você está fazendo? - perguntei, com a voz rouca e fraca. - Te ajudando. - ele disse com simplicidade.

Meio incerto, segurei a mão dele e me levantei. Todo meu corpo doía. Ele me ajudou a apoiar os pés no chão. Nem sei ao certo porque, mas no momento em que ele me tocou, meu medo parecia um tanto menos forte. Mas, minha vergonha aumentou automaticamente.

Sem conseguir olhá-lo novamente, comecei a caminhar de um lado pro outro mirando o chão. - Nós vamos ficar aqui pra sempre. - murmurei, mas o rapaz escutou. - Acho que não. - parei de caminhar e o encarei novamente. - E o que te faz ter essa certeza? - eu já não me dava nem ao trabalho de controlar meu gênio. - Bem, uma hora eles sentirão falta do elevador e viram te salvar.

Eu o encarei e concordei. Apesar das palavras dele ajudarem um pouco, saber que eu ficaria mais tempo ali dentro ainda me apavorava. Minhas mãos começaram a tremer novamente. Os pensamentos devastadores também voltaram. Fechei os olhos. Tentei lutar contra tudo aquilo, mas eu estava cansado demais.

Então senti meu corpo sendo envolvido por braços.

Abri os olhos e não me movi. O cara de branco estava me abraçando. Semicerrei os olhos e me perguntei se ele era louco. Certo que aquele era um momento delicado, mas quem diabos ele pensava que era pra me abraçar? Quis me desvencilhar do abraço, mas não pude.

Naquele momento eu lembrei que nem sabia quando fora a última vez que alguém havia me abraçado. Uma mistura estranha de sentimentos me invadiu e tudo que puder fazer foi ficar ali, entre os braços daquele estranho me sentindo meio gay. Minha masculinidade se recusava a admitir, mas ele tinha um abraço protetor.

Meu desespero sumiu, minha vergonha foi dissolvida.
Então o elevador voltou a funcionar.
Ouvi vozes lá fora.

Desvencilhei-me do abraço com o máximo de dignidade que reuni e não pude evitar sorrir. - Nos encontraram! - fiquei parado na porta enquanto esperava ansioso que a porta se abrisse. Minhas pernas tremiam. Eu mal podia acreditar que havia sobrevivido.

Então a porta se abriu.

Minha vizinha, algumas crianças e o sindico do meu prédio me encararam aliviados. Trarei de sair logo de lá e fui cercado por outros vizinhos. Contei o que havia acontecido e só então me lembrei de que precisava agradecer ao cara que estava comigo pelo apoio. Não o encontrei em lugar algum.

- Cadê o cara que estava comigo no elevador? - virei-me para o síndico e ele me olhou assustado. - Não havia mais ninguém no elevador. Dei uma risadinha nervosa e o encarei. Ele me olhou fixamente como quem perguntava o quão aquele processo havia me traumatizado. De repente todos estavam me olhando como se eu fosse um louco.

Sem agradecer ou me despedir, sai pelas escadas em direção a rua. Procurei pelo aspecto conhecido, ele não podia ter ido muito longe... Mas, mesmo procurando, não vi ninguém.

Isso é um adeus ou um novo horizonte?


Ele chegou a minha casa como quem sai sem saber pra onde, mas é guiado pelas pernas pra um lugar seguro. Por instinto, eu senti. Os olhos vermelhos brilharam quando coloquei o meu desentender em seus ombros. Ele não aguentou mais esse peso e desabou no meu pescoço. De repente minha manga estava toda molhada.

Caminhei com ele, naquele abraço estranho e esmagado até o sofá. Fiquei parada escutando seus soluços. Não fazia ideia do que tinha acontecido comigo para deixá-lo entrar e muito menos do que dizer. Fiquei ali, parada e abraçando fraca aquele corpo magro. Sequer acendi a luz da sala.

Então ele se desvencilhou dos meus braços e segurou meu queixo com força, enquanto os olhos negros queimavam meu rosto, mesmo que eu mal pudesse ver. Fiquei vermelha. Quis desviar os olhos, ele segurou então minhas bochechas me forçando a ver os seus olhos vermelhos. Eu não sabia o que doía mais: vê-lo chorar ou vê-lo ali. Acho que simplesmente vê-lo doía o suficiente.

Então ele me beijou. Um daqueles beijos raivosos, daqueles que parecem te devorar. Que mastigam seu sentimento e cospem. As mãos dele passeavam pelas minhas costas enquanto a minha boca passeava na dele e minhas mãos estavam firmemente apoiadas no peito dele para empurrá-lo, mas sem qualquer força pra fazê-lo.

Meu ódio foi dissolvido na saliva dele.

Restou só uma respirar irregular lançada contra a barba mal feita dele e uma vontade de matá-lo (só não sabia se matar de verdade ou de amor). Os lábios dele já nem estavam nos meus e ainda queimavam. Ele cravou os dedos na minha nuca e segurou meu cabelo ali.

- Casa comigo?
- Não
- Me perdoa, pelo menos?
- Não

Continuei com os olhos nos dele, dessa vez. Por coragem, por medo de ele ir embora, por qualquer coisa, eu nunca sei. Só sei que preciso ficar com os olhos nos dele. Então ele se deitou no meu colo e colocou as minhas mãos no seu cabelo. Eu sentia o perfume dele bem forte em todo o meu corpo. Automaticamente tomei a desembaraçar os fios do cabelo dele.

- Eu posso ficar?
- Não
- Eu sei que você ainda me ama...
- Isso não significa que eu queira voltar.
- Significa que vale a pena tentar denovo, só que dessa vez do jeito certo.

Uma pausa antes de virar passado

 
Enterrei fundo minha mão nos cabelos dele, enquanto tentava o máximo possível não olhar pro lado. Apenas queria sentir. Guarda o cheiro de sabonete que vinha do braço que ele usava pra brincar com uma das pulseiras do meu braço (aquela que ele havia me comprado em alguma das nossas viagens a praia e que estava bem gasta, mas que não me sentia capaz de tirar), o cheiro que vinha da blusa que ele gentilmente me emprestou pra dormir pela última vez naquela cama tão conhecida e o cheio daquele quarto em que tantas vezes estive e do qual nunca pensei que precisaria me despedir.

- Quando?
- Mais tarde
- Por quanto tempo?
- Não sei
- Você nunca sabe...

Não pude responder as reticências dele. Elas sempre diziam tudo que precisava. Eu realmente nunca sabia. Como podia imaginar que um dia precisaria dá idéia de cruzar o oceano pra entender que tudo que sempre quis estava ali ao lado? Porque, afinal, morar longe desse país imundo sempre foi meu sonho (ou seria o sonho dele que eu havia adotado pra mim?)

- Eu sinto sua falta
- Eu ainda não fui embora
- Mas, parece que partiu a um tempo de dentro de mim
- Está dizendo que me esqueceu?
- Estou dizendo que preciso
- E vai?

Silêncio.

Aquela não-resposta foi tudo que consegui enquanto espiava assustada os lábios dele formarem uma linha dura e o silêncio me explicou que não era provavelmente sair por voz: você não esquece uma vida toda, nem mesmo se essa vida vai embora.

- Quero que você venha comigo...
- Por quê?
- Porque eu preciso de novos ares, porque eu preciso te conquistar novamente...
- Você me perdeu quando aceitou ir
- Mas posso tentar te ter novamente
- E se eu disser que não quero?
- Eu digo que está mentindo
- Mas, não estou
- Eu sei...

Escutei a respiração suave dele enquanto tentava enterrar mais essa dor dentro daquele baú em que eu guardava todas pra só abrir durante o banho, onde minhas lágrimas salgadas e dolorosas se misturavam a água e não pareciam tão tristes assim.

- Você foi meu melhor amigo
- Você foi minha única amiga
- Porque precisa ser passado?
- Porque assim dói menos
- Não em mim...

Então ele cravou os olhos nos meus. E eu adorava o modo como as bochechas dele pareciam maiores quando ele inclinava a cabeça daquele jeito no travesseiro; e como os lábios dele pareciam ainda mais finos quando ele estava zangado e especialmente aquele pedido suplicante me dizendo pra não ir, pra adiar, pra ficar ali pra sempre, mesmo que esse pedido estivesse tão bem disfarçado no eu-não-me-importo-de-te-perder que pousava sobre os ombros dele, fazendo companhia aquele orgulho imenso. Procurei guardar tudo aquilo mesmo sabendo que doía pensar em nunca mais ter.

- Tem certeza que quer que seja assim? Que eu nunca mais ligue, nem te procure?
- Se as coisas fosse como eu quero, você não iria embora...
- E depois?
- Depois nada. As coisas continuariam como estão
- Então é o fim?
- Não, é o seu novo começo. E eu não estou incluído nele.

Qualquer coisa que alimente (o coração)

Pra ouvir (enquanto lê ou não): I gave you all - Mumfurd & Sons

Eu deveria comer alguma coisa. Qualquer coisa, pensei. Meu estômago roncava baixinho enquanto eu abraçava minha cintura com um dos braços discretamente pra que ninguém pudesse ouvir o barulho. Engraçado isso, quase reflexo, porque não havia ninguém ali (nem modo de impedir com o braço que as pessoas ouvissem o barulho).

Nem lembrava a última vez que tinha comido alguma coisa. Só lembrava de ter bebido um montão de água o dia todo e alguns goles de café. Talvez uma maçã, mas já fazia tempo. Espiei de onde estava. Havia uma lanchonete ali pertinho, na esquina daqueles degraus em que me sentava. Degrau duro, dinheiro no bolso traseiro do jeans, estômago roncando. Aquele cansaço repentino era isso, eu só não queria comer coisa nenhuma.

Já sentiu fome e não quis comer nada?
Você sabe como é, eu sei que sabe.
Por mais que todo meu corpo pedisse, eu não ia comer.

Observei ao redor. Algumas pessoas passavam lá em baixo distraídas, ninguém ligava pra mim. Abaixei os olhos em direção a uma barriguinha que ficava ali aninhada entre minhas pernas encolhidas e apertada contra meu braço. Só dava pra ver ali de perto, ainda bem, mas ela ainda continuava ali a me torturar.

Um casal passou por mim, subindo as escadas. Tomei um pouco de ar e o máximo de classe que pude recolher, ali largada nas escadarias daquela praça velha no centro da cidade, enquanto puxava meu casaco pra mais perto do meu corpo e fingia esperar alguém. Torci pro meu estômago não fazer barulho enquanto eles passavam.

Eles sequer me notaram.

As mãos deles estavam cruzadas com delicadeza, quase saindo uma da outra, enquanto ela falava qualquer coisa e sorria, sorria, sorria. Acho que ela nem sabia o que estava falando, e ele também não ouvia, mas estavam ambos muito felizes só de estar ali, juntos e de mãos dadas passando por uma moça bem arrumada e jogada nas escadarias fingindo a classe que nunca teve. 

Sequer tinham me notado, eu sabia, mas tinha essa mania de me colocar nos olhos do outros que era pra ver se assim alguém me notava. Geralmente não funcionava. Aliás, nada do que eu tentava parecia funcionar. Porque eu fingia muito bem essa tal classe, e me arrumava bem, e me maquiava todos os dias, e ficava tonta como agora por passar o dia sem comer, e eu nem me achava tão feia assim (tirando a maldita barriguinha ali escondida pelo meu braço magro), e continua tão só.

Alguém sabe alguma noticia do meu príncipe encantado?
Acho que ele se perdeu no caminho...

E só então eu olhei pra frente e havia um gato me encarando. O animal estava do outro lado das avenidas movimentadas e me olhava como se quisesse arranhar minha alma, embora continuasse parado, sentado no chão frio igual o degrau em que eu estava, só observando. Nem sei quanto tempo fiquei ali, com os olhos nos olhos felinos dele e me perguntando por que não podia parar de olhar.

Até que eu senti um cheiro gostoso e uma sombra.

Um rapaz sentou ao meu lado nos degraus. Assim, sem dizer nada, nem pedir permissão. Quando olhei pro lado, ele me espiou por cima do hambúrguer que comia. Não tinha olhos malvados como os do gato e mesmo assim me assustou. Talvez mais que o bichano que ainda me encarava (eu não tirei a visão periférica dele).

Continuei com um olho no rapaz, outro no gato e um desejo gritando latente nos meus tímpanos. Não faça barulho, não faça barulho, não faça barulho. – Olá... - ele começou e eu apenas observei. Ele tragou outro pedaço do hambúrguer sem realmente importar-se com a minha não-resposta. Parecia confortável ali sentado ao meu lado.

Senti vontade de levantar, mas lembrei que a última vez que havia tentado, o mundo começou a girar e eu mal senti as minhas pernas, então continuei ali. – Quer um pedaço? - ele me ofereceu, colocando o hambúrguer mais perto do meu nariz e fazendo meu estômago revirar. Quero, quero sim, eu quero muito. - Não, obrigada. - disse por reflexo, como sempre dizia quando qualquer pessoa me oferecia algo pra comer.

Ele deu de ombro e continuo comendo. Tive vontade de voltar atrás e pedir só um pedacinho, mas eu sabia que mesmo que mastigasse, eu não ia querer engolir. Como ia explicar pra ele se eu não engolisse?

– Não acha que está frio demais pra ficar aqui, sentada nesses degraus? - disse casualmente, com uma voz rouca e confortável, enquanto acompanhava meu olhar que foi desviado para o gato que continuava sentado do outro lado das avenidas me observando. – Você também está aqui e não parece incomodado... - tentei usar minha melhor voz, ou o que restava das minhas forças pra isso. Ele riu gentil, não sei se pra mim, pro gato ou pra si mesmo.

– Então... - e foi só isso que ele disse. Mais nada. Eu também não sabia o que dizer. Desviei meus olhos pros dele e notei uma leve pupila dilatada ali, enquanto ele olhava pras minhas bochechas. E eu não sei por que, mas o achei muito bonito.

Ele era um desses rapazes grandes e magrelos, mas que tem saúde vista pelas bochechas meio rosadas. Não porque ele pertencesse a qualquer um desses padrões de beleza, nada disso. Ele era um cara bem normal, na verdade. Cabelo ondulado e olhos castanhos comuns. Mas, havia uma coisa naquele ar de quem está confortável onde quer que esteja e naquele sorriso confiante e ainda mais quando ele parecia se interessar por como eu estava.

Eu ainda estava assustada de estar sentada num degrau frio da cidade que mal conhecia, com um gato de olhos malvados me observando e um desconhecido que parecia se importar, mas me deixei ficar. Por curiosidade, por medo, por falta de forças pra ir, por não ter o que fazer, ou por não ter o que perder. Talvez por tudo isso.

E passado algum tempo - e quando eu já sentia minha cabeça parando de girar e tinha certeza absoluta de que ele já deveria ter ouvido meu estomago um montão de vezes, ele levantou-se, pediu licença e seguiu seu caminho.

Ainda observei-o por cima do meu ombro, caminhando até que dele não restava nada além do vulto e a lembrança de um perfume quase conhecido e um toque suave na minha perna... Espere. Mas, ele não havia me tocado...

Reparei então que o gato havia atravessado a rua e agora estava ali, aconchegando-se onde minhas pernas faziam curva e ronronando com certo prazer de finalmente tocar aquilo que se espia.

Aquele gato acabou se tornando meu amigo - o único amigo que me lembro daqueles tempos. E a lembrança do cheiro daquele hambúrguer ainda faz meu estômago revirar, mas pelo menos me lembra de que ainda existem pessoas dispostas a sentar-se ao lado de desconhecidos e fazer companhia.

Sou uma dessas pessoas agora.

Solidão

 


Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Disfarce

Às vezes acho que eu sou meio louca, não completamente, mas o suficiente.
Não precisa ter medo, sei disfarçar.
Essa minha mania de transformar tudo em texto só complica às coisas. Eu fico imaginando, criando sentimentos que nunca existiram para que as pessoas simplesmente concordem comigo. Eu não sei estar errada.  Quando estou, faço que errem também.
Não, não queira ser como eu. De vez em quando queima e sufoca.
Gosto de músicas que ninguém escuta. De unha descascada e bochechas vermelhas. De barba feita e mãos na cintura. Amo sentir frio. Sinto saudade de tudo e de todos, principalmente, de quem não merece. Minha melhor companhia é a solidão. Quando estou com ela, pessoas que já se foram, voltam.
Perco a hora toda hora. Mas, estou sempre lá. E por aqui.
Goste que me admirem, não que achem graça de mim. Pessoas idiotas me dão dor de cabeça. Deixo sinais enquanto falo. Eu acredito no amor. E na paixão.  Uso all star e salto alto, mas eu gosto mesmo é de ficar descalça. Sou sensível e ao mesmo tempo forte. Choro, acho graça e  fico nervosa, tudo em menos de um minuto, ou ao mesmo tempo, em um segundo.
Minha vida flui como essa crônica. Frases sem sentido e fora de ordem, que quando se juntam, formam um parágrafo. E o final? Meus finais são sempre confusos. Sem porque, nem pra que, apenas acabam. Fim.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O som de Sam Tsui & Christina Grimmie!

Sam+Tsui++Christina+Grimmie
Das coisas que mais amo fazer na vida, ouvir e "descobrir" música boa está bem lá no topo da lista. Sorte de vocês, sabe por que? Acabei de escutar uma incrível e me senti na obrigação de compartilhar com vocês.
Estou falando da versão cover da música "Just a Dream" do famoso Rapper Nelly. Confesso que a original não me agradou tanto, mas o cover conseguiu se destacar no meio da minha playlist, no random. Os causadores de tudo isso são os dois bonitinhos da foto acima.
Ela, Christina Grimmie de 16 anos, cantora famosa na webs. Ele, Samuel Tsuimúsico americano chinês e também celebridade da Internet. Como vocês já devem imaginar, eles se tornaram famosos graças ao youtube. Ambos gravam covers e divulgam em seus respectivos canais.
Então, num belo dia, eles resolveram gravar uma música juntos, e adivinha? Conseguiram mais de 29 milhões de visualizações. Ta bom pra você?

Coisas que os Homens Nem Imaginam que Achamos Sexy!


Acabei de soltar hashtag #mulheresachamsexy no twitter com a intenção de convidar as minhas leitoras e seguidoras  para responder a seguinte pergunta: "Quais coisas que os homens nem imaginam que nós achamos sexy?" E não é que a ideia deu super certo, e a hashtag foi até para o TT (assuntos mais comentados do twitter).
Bom, como a era a intenção inicial, sege as minhas 10 coisas:
1 – Homens que cantam (bem ou fofo) e/ou tocam algum instrumento
2 – Camiseta branca + jeans
3 – O jeito com que brincam com cachorros e bebês
4 –  Caras que dão beijo no rosto com a boca e não com a bochecha
5 – Homem que sorri muito
6 – Tatuagem
7 – Homem que olha no olho
8 – O modo como dirigem
9 – Camisa camisa xadrez
10 – Homens que olham enquanto dormimos (ou fingimos dormir, nean?)
Para acompanhar a resposta das leitoras (e agora de todo o twitter o.o) é só dá um search em #mulheresachamsexy. Não deixem de responder via comentário, ok?

O sol e as nuvens




Passei toda aquela tarde olhando o céu. Reparei nas nuvens. Na maneira engraçada com que elas se movimentavam lá em cima.  Algumas rápidas, como se estivessem muito atrasadas ou apostando corrida entre si, outras lentas, tão lentas que nem pareciam se movimentar.
Naquele momento percebi que elas eram como a paixão. Pois como as nuvens, algumas paixões deixam marcas (tempestades, enchentes, chuvas…), mas de alguma maneira, sempre passam e cicatrizam com o tempo.  E como existem infinitas nuvens, nós vivemos infinitas paixões.
Algum tempo depois, percebi o brilho do sol. Como ele era soberano sobre todas as outras coisas. Seu calor iluminava e ao mesmo tempo, esquentava todos os seres, mantendo assim tudo em perfeita harmonia.
Naquele momento percebi que o sol é como o amor. Pois assim como ele, o amor nos aquece e nos auxilia nos dias frios que temos no decorrer de nossas vidas. E assim como o sol, o amor é único.
A estrela brilhante que jamais conseguiremos alcançar, mas que se for a hora certa, sempre conseguiremos sentir. Independente da distância. Do tempo. E todas as outras coisas.
Antes de escurecer, fechei meus olhos e agradeci a Deus.
Eu já não precisava mais entender o formado das nuvens.
Meu sol estava em algum lugar do universo, só faltava amanhecer na minha vida.

Tutorial: Make da Emma Watson na Premiere da "Harry Potter"!

emma-watson-ny-make
Pra quem é fã de Harry Potter, essa é uma semana muito especial. Com lágrimas nos olhos e o filme As Relíquias da Morte: Parte 2 nos cinemas, todos dizem adeus (alguns a caráter) para a saga dos bruxinhos mais famosos do mundo.
Na Premiere que aconteceu essa semana, Emma Watson, que viveu Hermione Granger no longa por dez anos, usou um make lindo que a gente fez questão de se inspirar e reproduzir para vocês.

O que estou amando no SPFW!

Se você acompanha blogs ou revistas de moda, deve saber que está rolando em São Paulo, essa semana, um dos eventos de moda mais famosos do país, o São Paulo Fashion Week. A convite do pessoal do O boticário, irei para São Paulo no fim da tarde de amanhã e estarei no SPFW toda a quinta para compartilhar com vocês essa super experiência.
Enquanto isso ainda não acontece, resolvi trazer o que mais gostei nos desfiles que aconteceram até agora:
São Paulo Fashion Week 2011
Os "gatinhos" de  Reinaldo Lourenço -  O cara é famoso por sempre surpreender e emocionar, e dessa vez, não foi diferente. Em homenagem a Liz Taylor e a moda feminina dos anos dourados, o estilista, em suas criações, deu enfâse nos bustos e nas cinturas com modelagem estruturadas. Outra coisa que super chamou a atenção, foi o recorte de gatinho no busto. Fino e Fofo.
O volume simétrico do André Lima - Não é segredo pra ninguém que eu AMO volume nas peças, principalmente quando ele destaca ele faz com que a cintura aparente ser mais fina do que realmente é.  O estilista, trouxe muuuuita assimetria, volume e balonês. Adoro.
Os vestidos de festa do Cirnansck –  O estilista, que é especialista em vestidos de festa e detalhes, preparou um desfile bem diferente: Uma performance com modelos amarradas e amordaçadas, coisa que deixou os vestidos, que são tão lindos, meio macabros. Mas, mesmo assim, curti as criações, e se um dia eu tiver que escolher um vestido de noiva, certeza que me inspiro neles.
Make do SPFW 2011
( Fotos: GE / Petiscos )
Make do Samuel Cirnansck – Adorei esse make feito na modelo. Um visual meio anos 80, só que com cores mais discretas e femininas. Dá pra se inspirar e criar looks para festas, ou até mesmo para o dia a dia. Por que não?
O gatinho duplo do  Reinaldo Lourenço –  Cansou de usar só delineador? A tendência que o maquiador do desfile do Reinaldo apostou é no gatinho duplo. Como vocês podem ver na foto, ao invés de só um traço, dois. Uma vindo em cima, na pálpebra mesmo, e outro do final da raiz dos cílios, bem discreto mesmo.
E vocês, o que estão amando no SPFW?  :-)

Quando Deus.

''Amor é quando Deus mesmo sabendo que eu erro todo dia, sempre me dá uma chance de aprender e fazer diferente.''