Powered By Blogger

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Isso é um adeus ou um novo horizonte?


Ele chegou a minha casa como quem sai sem saber pra onde, mas é guiado pelas pernas pra um lugar seguro. Por instinto, eu senti. Os olhos vermelhos brilharam quando coloquei o meu desentender em seus ombros. Ele não aguentou mais esse peso e desabou no meu pescoço. De repente minha manga estava toda molhada.

Caminhei com ele, naquele abraço estranho e esmagado até o sofá. Fiquei parada escutando seus soluços. Não fazia ideia do que tinha acontecido comigo para deixá-lo entrar e muito menos do que dizer. Fiquei ali, parada e abraçando fraca aquele corpo magro. Sequer acendi a luz da sala.

Então ele se desvencilhou dos meus braços e segurou meu queixo com força, enquanto os olhos negros queimavam meu rosto, mesmo que eu mal pudesse ver. Fiquei vermelha. Quis desviar os olhos, ele segurou então minhas bochechas me forçando a ver os seus olhos vermelhos. Eu não sabia o que doía mais: vê-lo chorar ou vê-lo ali. Acho que simplesmente vê-lo doía o suficiente.

Então ele me beijou. Um daqueles beijos raivosos, daqueles que parecem te devorar. Que mastigam seu sentimento e cospem. As mãos dele passeavam pelas minhas costas enquanto a minha boca passeava na dele e minhas mãos estavam firmemente apoiadas no peito dele para empurrá-lo, mas sem qualquer força pra fazê-lo.

Meu ódio foi dissolvido na saliva dele.

Restou só uma respirar irregular lançada contra a barba mal feita dele e uma vontade de matá-lo (só não sabia se matar de verdade ou de amor). Os lábios dele já nem estavam nos meus e ainda queimavam. Ele cravou os dedos na minha nuca e segurou meu cabelo ali.

- Casa comigo?
- Não
- Me perdoa, pelo menos?
- Não

Continuei com os olhos nos dele, dessa vez. Por coragem, por medo de ele ir embora, por qualquer coisa, eu nunca sei. Só sei que preciso ficar com os olhos nos dele. Então ele se deitou no meu colo e colocou as minhas mãos no seu cabelo. Eu sentia o perfume dele bem forte em todo o meu corpo. Automaticamente tomei a desembaraçar os fios do cabelo dele.

- Eu posso ficar?
- Não
- Eu sei que você ainda me ama...
- Isso não significa que eu queira voltar.
- Significa que vale a pena tentar denovo, só que dessa vez do jeito certo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quando Deus.

''Amor é quando Deus mesmo sabendo que eu erro todo dia, sempre me dá uma chance de aprender e fazer diferente.''